Itá-jy

"itá-jy" é uma palavra de origem indígena e seu significado é machado de pedra.


25 setembro, 2011

Mar





O Mar Serenou

Clara Nunes

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

O pescador não tem medo
É segredo se volta ou se fica no fundo do mar
Ao ver a morena bonita sambando
Se explica que não vai pescar
Deixa o mar serenar

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

A lua brilhava vaidosa
De si orgulhosa e prosa com que deus lhe deu
Ao ver a morena sambando Foi se acabrunhando então adormeceu o sol apareceu

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

Um frio danado que vinha
Do lado gelado que o povo até se intimidou
Morena aceitou o desafio Sambou e o frio sentiu seu calor e o samba se esquentou

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

A estrela que estava escondida
Sentiu-se atraída depois então
apareceu
Mas ficou tão enternecida Indagou a si mesma a estrela afinal será ela ou sou eu

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia


O Estilo de" Vida Verde"!





Atitudes ecológicas, preocupação com o bem-estar e o equilíbrio pessoal são as caracteristicas das pessoas que querem ajudar o mundo e também a si mesmas. Entender que não estamos no planeta para tirar o máximo dele sem oferecer nada em troca e o básico de quem se considera participante da grande rede mundial preservacionista. Saber que a agua, o ar, as plantas e os demais seres vivos fazem parte de um todo e que podem e merecem ser bem tratados e o foco essencial. Assim, a máxima "use com moderação" e o lema da bandeira das pessoas que no seu dia a dia trabalham pela causa planetária. Seguindo estes conceitos, cada vez mais cientes do seu compromisso com o planeta, uma nova onda esta invadindo vários setores sociais. Da moda a tecnologia, os chamados "Amigos da Terra" estão crescendo no mundo e seguindo fundamentos que a natureza só tem a agradecer.

Pequenas atitudes que fazem a diferença!
São pequenas atitudes que definem as pessoas "verdes". Mais do que um discurso politico, elas praticam uma maneira ecológica de viver, que procuram disseminar. A consciência verde esta presente no cotidiano, vamos empregar em nossas vidas praticas ecológicas.
A Mãe Natureza agradece!

14 setembro, 2011

Nomes Indígenas


NOMES INDÍGENAS - TUPI & OUTROS

Origem Significado


Acauã
Tupi"acauã" - Grande ave que ataca as serpentes
Açuã
Tupi"a-suã" - Talo de espiga, sabugo.
Airão
Macuxi"Ailã" - Entidade mítica.
Ajuricaba
Nheengatu"aiurucaua" - Agrupamento de marimbondos.
Amanari
Tupi"amanary" - Água de chuva.
Anajé
Tupi"inajé" - Espécie de gavião.
Anauá
Tupi"ana-uá" - Pau de flor, árvore de flor.
Anauá
Tupi"ana-uá" - Pau de flor, árvore de flor.
Andirá
Tupi"andyrá" - Morcego.
Anori
Nheengatu"uanuri" - Tracajá macho.
Apuã
Tupi"apuã" - Monte, montanha.
Araci
Tupi"ara-sy" - Mãe do dia, o nome da estrela d'alva.
Bêni
Aruaco"uêni" - Rio
Butúie
Borôro"butúie" - Flecha, taquara.
Caiári
Aruaco"acai-ári" - Rio do cedro.
Caiuá
Guarani"caiová" - Nome de uma tribo.
Caiubi
TupiFolhas azuis
Cajuru
Tupi"caá-juru" - Boca do mato

Cauã

TupiGavião
Cauré
Nheengatu"cauré" - Espécie de gavião.
Ceci
Tupi"ce-sy" - Mãe superior.
Coaraci
Tupi"cuarassy" - Sol, verão.
Cunhapora
Guarani"cunhã-porã" - Mulher bonita.
Cunhataí
Guarani"cunhã-taí" - Menina.
Guarabira
Tupí"guarabira" - Nome de peixe.
Guaraci
Tupi"cuarassy" - Sol, verão.
Guaraciaba
Tupi"guarassy-aba" - Cabelos de sol.
Iaciara
Tupi"iaci-uaruá" - Espelho da lua.
Ibiajara
Tupi"ybyã-jara" - Senhor do planalto, cavaleiro do planalto.
Içara
Tupi"jyssara" - Espécie de Palmeira do sul.
Ipanema
Tupi"y-panema" - Rio imprestável, impraticável.
Iracema
Tupi"eíra-sema" - Nascida do mel.
Iraí
Tupi"eíra-y" - Rio do mel ou rio das abelhas.
Irajá
Tupi"eíra-já" - Ninho das abelhas, colméia.
Iramaia
Tupi"eíra-maia" - Mãe do mel.
Irani
Tupi"eíra-i" - Abelhinha.
Iraputã
Tupi"eíra-pytã" - Mel vermelho.
Irati
Tupi"eíra-ty" - Cera de abelha.
Itacira
Tupi"itá-syra" - Pedra cortante, afiada.
Itagi
Tupi"itá-jy" - Machado de pedra.
Itaú
Tupi"itá-y" - Rio das pedras.
Jaci
Tupi"jassy" - Lua.
Jaciaba
Tupi"jassy-aba" - Cabelos de lua, raios de luar.
Jaciara
Tupi"jassy-ara" - Tempo de luar.
Jacobina
Tupi"jacuy-bina" - Espécie de árvore que perde as folhas nas secas.
Janaina
TupiRainha dos lares
Jandira
Tupi"jandé-eíra" - Nosso mel.
Japira
Tupi"y-apyra" - Cabeceira do rio.
Juacema
Tupi"juá-sema" - A época dos juás.
Juçara
Tupi"jyssara" - Nome de uma palmeira de onde se extrai o palmito.
Juína
Pareci"zuí-uiná" - Rio do gavião.
Jupi
Tupi"jupyra" - Roçado.
Jurema
Tupi"jurema" - Espécie de planta.
Juruena
Aruaco"ajuru-ena" - Rio do papagaio.
Jussara
Tupi"jyssara" - Nome de uma palmeira de onde se extrai o palmito.
Kaloré
Caiagangue"ka-ló-rê" - Campo das árvores pintadas.

Kerexu

GuaraniLua crescente (pronuncia: Cretchu)
Kiary
Tupi"kiá-r-y" - Rio da sujeira.
Maiara
TupiA sábia.
Mairi
Tupi"mairy" - Reduto dos franceses. (cidade)
Marié
Tupi"mari-y" - Rio do fruto mari.
Mariú
Tupi"umari-y" - Rio do fruto umari.
Moema
GuaraniAurora
Moema
Tupi"moeê" - Doce, adocicada.
Nhandeara
Tupi"nhandé-jara" - Nosso senhor. (Jesus Cristo)
Piatã
Tupi"pyatã" - Forte, rijo, vigoroso.
Potira
Tupi"potyra" - Flor
Rudá
Tupi"Rudá" - Deus do amor.
Saíra
Tupi"saíra" - Minúsculo, delgado.
Tinga
Tupi"tinga" - De cor branca.
Ubirajara
Tupi"ybyrá-jara" - Senhor da lança, lanceiro.
Ubiratã
Tupi"ybyrá-atã" - Pau rijo, lança rija.
Unaí
Tupi"una-í" - Pretinha (o).
Xambré
Caiagangue"xan-bré" - Próximo a cachoeira.
Yara
Tupi
"yjara" - Sereia, mãe d'água.



Descobertas! O Despertar...


Como é bom descobrir algo novo, diferente. Aprender algo diferente isso é um tesouro em nossas vidas. Agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de ser uma pessoa aberta e de mente aberta o que acho fundamental. Aprender nunca é de mais diz minha amiga Claudiia, conhecimento é para benefício próprio. Com toda certeza posso afirmar que por essa vida sempre passam pela gente pessoas que tem algo a nos acrescentar, basta estarmos abertos para isso. As descobertas não precisam ser extraordinárias podem ser algo simples de nosso cotidiano, basta saber o que nos dá prazer e faz com que evoluímos espiritualmente, tornando-nos seres mais conscientes. A cada dia que surge é uma nova etapa, que maravilha ...Nada como um dia após o outro!
Cada dia é uma nova oportunidade que Deus nos dá para sermos melhores como filhos,pais,amigos,companheiros,enamorados,irmão e irmã. Sou grata por tudo que tenho. E vamos em busca de novos rumos, conhecimentos, saberes e sabores...
Somos instrumentos de Deus!

08 junho, 2010

Diga não ao preconceito!






O preconceito é uma opinião desprovida de julgamento. Assim, em toda terra, se incutem às crianças as opiniões que se quiser, antes de elas poderem julgar”
(Voltaire)


O preconceito e o racismo estão historicamente vinculados a situações de exploração, nas quais os mais fortes, política e economicamente, extraem vantagens materiais. É um círculo vicioso que reproduz a condição de opressão racial e os racistas. Historicamente, portanto, o racismo se funda em bases econômicas que intensificam a desigualdade social e racial. Por isso, alguns imaginam que modificadas a base econômica supera-se o racismo. A história demonstra que não é bem assim! O preconceito racial interioriza-se, sobrevive por gerações e mostra-se renitente, mesmo com a evolução da ciência e das transformações sociais.

A insuficiência da explicação economicista mostra a complexidade da questão racial. Na medida em que a recusa do diferente está presente em todas as época e sociedades, não seria o preconceito algo arraigado e próprio da natureza humana? Uma dificuldade inerente ao humano de se reconhecer no “outro”?

O conceito de natureza humana é controverso. Há quem explique os fenômenos sociais apenas por uma característica que estaria intrinsecamente vinculada à natureza biológica, naturalizando-se as diferenças e relações humanas. Há os que enfatizam os aspectos sócio-econômicos e relativizam a sua natureza animal – instintiva – e, mesmo, os aspectos psicológicos.

Assim, embora seja essencial adotar medidas econômicas e políticas que inibam atitudes preconceituosas e mesmo que os distúrbios psíquicos sejam tratados e equacionados satisfatoriamente, o preconceito resiste e permanece latente, ressurgindo no cotidiano, nas coisas mais simples ou em situações de crise sócio-econômicas. Um exemplo típico é a revitalização do preconceito contra os imigrantes em geral em épocas de intenso desemprego; contra os negros quando estes são vistos como uma ameaça à classe média branca na disputa pelas vagas nas universidades públicas, etc.

O preconceito deve ser combatido e é possível educar nossas crianças, e a nós mesmo, no sentido de superá-lo. Todavia, é muito difícil vencê-lo quando está inculcado e arraigado nas mentes e corações. Então, o preconceito torna-se uma patologia, talvez curável por uma experiência muito intensa e traumatizante ou a morte! Lembro-me da cena em um filme: as pessoas sinceramente se emocionavam e choravam diante do discurso de um branco sulista e racista. Contra esse tipo de gente não adianta argumentos racionais. A inibição legal ou econômica pode induzi-lo a escamotear o racismo e o preconceito, mas estará lá como uma fera adormecida.

Se o “horror às diferenças” não explica por si o preconceito, penso que não se pode desconsiderar o peso que o estranhamento diante de uma situação, algo ou alguém diferente, tem no processo de manifestação do preconceito. Nesse sentido, talvez o passo mais importante para combater o preconceito seja partir do auto-reconhecimento deste. O preconceito pode adquirir gradações diferentes: a eventual repulsa inicial pode se consolidar numa atitude/sentimento de rejeição ou de aceitação do outro.

Fico a refletir sobre as relações pessoais que construímos e sobre a responsabilidade que temos como pais, educadores, etc. O preconceito é como uma sombra que nos persegue, um veneno que nos mata lentamente. Ele resiste às terapias conscientes ou inconscientes. Quantos preconceitos se escondem sob a hipocrisia das relações sociais fundadas nas aparências e nos discursos racionais que proferimos? Em qual recanto da nossa alma os escondemos?

Só aprende quem tem fome.









Ricardo Prado entrevista Rubem Alves


O psicanalista e educador diz que nossas escolas dão a faca e o queijo mas não despertam a curiosidade das crianças. Para ele é preciso fugir dos programas rígidos.

O escritório onde Rubem Alves trabalha como psicanalista e escreve seus livros e crônicas existem duas tabuletas de madeira penduradas nas portas. Na primeira lê-se a inscrição latina "Tempus Fugit" (o tempo passa). Formado em Filosofia pela Universidade de Princeton (EUA) e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o inquieto autor e conferencista leva a sério a mensagem. A segunda inscrição, porém, revela outra faceta: "Carpe Diem" (aproveite o dia). Com efeito, apenas uma pessoa sem pressa, atenta aos detalhes, pode assombrar-se com uma casca vazia de caramujo e produzir textos que mesclam sabedoria, irreverência e lirismo.

Quem já leu suas bem-traçadas linhas, em livros, crônicas (publicadas nos jornais Folha de S.Paulo e Correio Popular) ou palestras sente-se estranhamente sacudido. Como se fosse necessário e possível aproveitar melhor o tempo e o dia. Fiel às duas tabuletas, Rubem Alves recebeu o editor especial Ricardo Prado em Campinas para falar sobre a perda de tempo nos programas curriculares escolares e sobre como transformar pequenos assombros em aulas produtivas.

Nova Escola: Nós vivemos uma época de muita violência, com atentados e guerra lá fora e assassinatos e sequestros aqui no país. Como o professor pode trabalhar essa questão?
Rubem Alves: Nossos professores são de matérias e a violência não faz parte de nenhum currículo; então, ele diz: "Isso não está no programa e nós precisamos cumpri-lo". Essa é uma das aberrações do nosso sistema educacional. Tudo vai depender da sensibilidade do profissional, de sua capacidade de pensar outras coisas que não sejam os conteúdos. Se ele for extremamente competente só na sua disciplina, será incapaz de responder às questões provocadas pela onda de violência. A grande pergunta é a seguinte: nós estamos formando educadores com competência para lidar com situações não previstas? Conhecer o programa é fácil; complicado é conhecer a vida.

NE: O senhor acha que os programas são muito limitadores?
Alves: Sim. Se alguém que leciona Matemática dissesse que sua cabeça só sabe pensar números estaria fazendo uma declaração de incompetência humana para viver. A Matemática é apenas uma pequena ferramenta para lidar com certos problemas. Sou a favor de acabar com os programas. Estou voltando de Alagoas, onde fiquei observando uns meninos lidando com pescadores. Andando pela praia comecei a pensar o currículo que eu montaria para estudar com aqueles garotos a estrutura das pedras, das conchas, as águas-vivas, os peixes, as redes, os barcos, o vento, a meteorologia. Se você chega lá e diz "hoje vamos estudar análise sintática", não tem nada a ver com a vida deles, eles não vão se interessar. Por esse mesmo motivo, sou contra laboratórios dentro de escolas. Na verdade, eles são uma boa maneira de enganar os pais, que ficam impressionados com os aparelhos, as luzes etc. Mas contam uma mentira, porque ciência não se faz dentro de um quartinho; se faz em todas as situações da vida, com cérebro e olho. Aquele monte de instrumentos e frascos só tem a função de melhorar o olho, mais nada! É preciso que os aprendizados estejam ligados às situações vividas, caso contrário tudo é esquecido.

"Nosso sistema de educação dá a faca e o queijo, mas não desperta a fome nas crianças"

NE: Os pais colocariam seus filhos num colégio com um modelo de ensino baseado em situações vividas, como o senhor defende?
Alves: Os pais, muitas vezes, são os piores inimigos da educação. A maioria não está interessada no aprendizado dos filhos. Só querem que eles passem no vestibular. Eu até compreendo, porque eles são movidos pela ilusão de que entrando na universidade seus filhos terão um diploma e isso vai garantir uma sobrevivência econômica digna - o que, aliás, não é verdade. O Ministério da Educação registra o aumento de matrículas nas universidades. Por quê? Porque educação é um negócio muito bom, todo mundo quer ter educação, ganhar dinheiro. Só que não há emprego para todo esse pessoal que está se formando. Veja o caso dos médicos aqui na região de Campinas, onde existem cursos na PUC Campinas, Unicamp, Universidade de Bragança e Jundiaí. Por ano, elas devem colocar no mercado uns 400 médicos - e eles não encontrarão trabalho.

NE: Voltando à questão da aprendizagem, como nós descartamos aquilo que é inútil?
Alves: Eu costumo brincar que o corpo é muito mais inteligente que a cabeça e ele carrega duas caixas. Uma é a "caixa de ferramentas", com tudo de que precisamos para resolver questões práticas. Só carregamos as ferramentas necessárias para as situações que estamos vivendo. Por exemplo, é idiotice um sujeito levar um furador de gelo para o deserto. Então, o corpo seleciona o que é realmente útil. Na segunda caixa estão os brinquedos, tudo aquilo que, não sendo útil, nos dá prazer e alegria: música, poesia, literatura, pintura, culinária, a capacidade de contemplar a natureza, de identificar a beleza nos jardins. Essas coisas não servem para nada, mas compõem a felicidade humana. Quem não as tem é uma pessoa bruta, estúpida, sem sensibilidade. Tudo o que não é ferramenta nem brinquedo é esquecido. Isso faz parte da sabedoria do corpo.

NE: Nossos professores trabalham mais com a "caixa de ferramentas"?
Alves: Eles nem sequer fazem a seleção correta das ferramentas. Como a gente aprende a lidar com elas? Eu aprendi a manejar um canivete porque vi meu pai descascando uma laranja e tive inveja daquilo. Ele então me ensinou a fazer o mesmo. Quando você busca ferramentas como resposta para problemas vitais, elas são maravilhosas e necessárias - e você percebe que não pode viver sem elas. Na escola, porém, o aluno entra numa oficina e dizem para ele: "Vamos aprender o que é martelo, serrote e prego". As ferramentas são apresentadas de maneira abstrata e divorciada da vida e isso é chato.

NE: Se a "caixa de ferramentas" é mal trabalhada, que dizer da "caixa de brinquedos"? Ela poderia trazer mais alegria à aprendizagem?
Alves: Na realidade, nossa educação dá atenção praticamente zero à "caixa de brinquedos". Mas note que a alegria não está só nela. É uma delícia saber usar uma ferramenta. Quando a gente era pequeno achava maravilhoso bater um prego na madeira. Usar o martelo com competência dava alegria. Um cozinheiro quando corta uma cebola chora, mas se sente feliz porque está usando com competência uma ferramenta. Nietzsche dizia que todos nós temos desejo de poder e isso não significa querer ser um general ou o presidente da República. Ele está dizendo que o homem quer ter habilidades para controlar a vida. E quanto mais você domina o poder, mais pode viver. As ferramentas dão esse poder e, sendo assim, são fonte de alegria. Mas eu preciso desejar fazer a coisa. Se for obrigado, não terei prazer.

NE: Essa alegria nascida da manipulação do conhecimento pode ser também física ou é apenas intelectual?
Alves: O filósofo francês Gaston Bachelard tem um texto que diz que somos uma civilização ocular. Trabalhamos e conhecemos com os olhos, não com as mãos. Às vezes eu brinco que os pensamentos começam com as mãos, estão ligados àquilo que a gente faz. As escolas, porém, estão concentradas apenas em atividades cerebrais. Falam em construtivismo, mas não o praticam. Aliás, todo mundo acha que isso é uma novidade, mas o Giambattista Vico, um filósofo do século 16, já falava que só podemos conhecer aquilo que construímos, com as mãos ou com a cabeça. Se a questão é essa, eu devo construir não só intelectualmente mas também de forma prática. É isso que desenvolve o prazer de fazer as coisas.

"A escola insiste em estragar a leitura. Ela deve ser uma coisa solta, vagabunda, sem relatórios"

NE: Uma boa aula começaria, então, com um enigma?
Alves: Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso. Os gregos diziam que o pensamento começa quando a gente fica meio abobalhado diante de um objeto. Eles tinham até uma palavra para isso - thaumazein. Nesse sentido, a resposta é sim, pois aquele objeto representa um enigma. Você tem a mesma sensação de quando está diante de um mágico, ele faz uma coisa absurda e você quer saber como ele conseguiu aquilo. Com as coisas da vida é o mesmo. Ficamos curiosos para entender a geometria de um ovo ou como a aranha faz a teia. Estou me lembrando da Adélia Prado, que diz assim: "Não quero faca nem queijo, eu quero fome". É isso: a educação começa com a fome. Acontece que nossas escolas dão a faca e o queijo, mas não dão a fome para as crianças.

NE: O hábito da leitura é um "estimulante de apetite"?
Alves: Eu digo que a educação teria completado sua missão se conseguisse despertar o prazer de ler. Por que os alunos não gostam de leitura? Primeiro porque a escola faz questão de estragá-la. E a leitura deve ser uma coisa solta, vagabunda, sem ter de fazer relatório. Ler um texto só para responder a um questionário de compreensão é horrível, estraga tudo. Eu tenho aconselhado as prefeituras e as instituições a desenvolver concertos de leitura, como existem os de piano. Para um concerto, todos têm de saber o texto praticamente de cabeça e para isso têm de ensaiar. Lendo, aprendem a gostar.

NE: Certa vez o senhor fez uma metáfora entre culinária e texto, mostrando que tem gente que presta mais atenção no prato lascado do que no sabor da comida. Isso vale para os professores?
Alves: Essa coisa que eu contei do sujeito que prestava atenção na lasca do prato e não no sabor da comida é verdade. Tem uma pessoa aqui em Campinas cujo esporte preferido é escrever longas cartas para os cronistas de jornal corrigindo os erros de português. Para mim, a questão da grafia certa ou errada é acidental. Penso como o Patativa do Assaré, que diz: "Eu acho melhor falar errado dizendo a coisa certa do que falar certo dizendo a coisa errada". A grande preocupação de quem educa deve ser o aluno, não a disciplina. E ele deve estar atento não às palavras, mas ao movimento do pensamento da criança. Mas esse negócio de prestar atenção no voo do pensamento me leva a outra questão. Nossas autoridades educacionais acham que vão melhorar a qualidade do ensino com cursos de capacitação que, sistematicamente, dão mais conhecimento para os professores. O que é preciso mudar é a cabeça deles. Nietzsche, meu filósofo favorito, dizia que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Ou seja, o educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encantar crianças e adolescentes, o que é bem diferente de simplesmente dar aula. Dar aula é só dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante.

Entrevista publicada na revista Nova Escola, edição de maio de 2002

31 maio, 2010

Pratica(MENTE)

Pratica(mente)
-- Desafio: perceber o ‘bullying’

Com este desafio pretendemos que cada um de vós aumente o conhecimento que tem sobre o ‘bullying’ e contribua, simultaneamente, para a diminuição do problema.

Cada aluno(a) terá que realizar várias tarefas: uma individualmente, outra em pequeno grupo e, uma outra, em grande grupo (turma).

1.ª Tarefa: pesquisa individual

> O que é o bullying?

> Que tipos de bullying existem?

> Em que locais pode existir o bullying?

> Quais são as possíveis consequências do bullying?

2.ª Tarefa: divisão da turma em grupos

Nesta etapa pretende-se que a turma se divida em 3 grupos:

- Bullies (agressores)

> O que leva os agressores a recorrerem à violência (física / psicológica)?

> Qual o perfil psicológico dos bullies (agressores)?

> O que é que deve ser feito para os bullies deixarem de recorrer à violência?

- Vítimas

> Qual o perfil das vítimas?

> O que é que uma vítima deve fazer quando é agredida?

> A quem é que essa vítima pode recorrer?

- Testemunhas

> Qual é o procedimento que uma testemunha deve adoptar?

> Como é que as testemunhas podem ajudar os bullies?

> Como é que as testemunhas podem ajudar as vítimas?

3.ª Tarefa: trabalho de turma

Nesta última tarefa a turma volta a trabalhar em conjunto. O grande objetivo desta tarefa final é a realização de uma campanha anti-bullying que consiga sensibilizar a comunidade escolar.

Para que tenham sucesso na realização desta tarefa é essencial que haja uma correta articulação entre os conhecimentos adquiridos (pesquisa individual) e as conclusões a que os vários grupos tenham chegado nas tarefas anteriores.

A turma deverá decidir o tipo de campanha que irá lançar, sendo essencial não esquecer:

. a originalidade (criatividade, sentido estético e apelativo dos materiais);

. a informação / conteúdo (informação bem seleccionada, criteriosa, com conteúdo claro).



3.º Desafio: o balão de ar quente

1. ª sessão (criação de grupos)

Fase 1: organizar os participantes em grupos de 9 elementos, no máximo;

Fase 2: atribuir um papel a cada elemento do grupo (um idoso, um cigano, um intelectual, uma pessoa portadora de deficiência, um ex-recluso, um toxicodependente, um homossexual, um padre, um banqueiro…);

Fase 3: os participantes vão fazer uma longa viagem num balão de ar quente. Contudo, o cesto está muito pesado e por isso alguém tem de ser sacrificado e saltar para fora do balão, para que este não embata das montanhas. Quem deve saltar e porquê?

2.ª sessão (turma/grupo completo)

> Recolher as decisões dos participantes e debater: como justificam as suas opções?

Divirtam-se!




"Nosso sofrimento começou com o primeiro navio que chegou ao Brasil." (Wayrotsu, povo Xavante)

Poronominaré - O Dono da Terra
O velho pajé Cauará saiu para pescar, demorando muito a voltar. A filha preocupada resolveu procurá-lo perto das águas mansas do rio. Após muito andar, sentou-se na relva para descansar. Anoitecia e a lua surgiu atrás das montanhas, ficando a jovem a contemplá-la. Subitamente, destacou-se do astro um vulto muito estranho que vinha em sua direção. A índia parecia hipnotizada, sendo em seguida tomada de profunda sonolência. Neste momento o pajé, que havia retornado a aldeia, preocupou-se com a ausência da filha. Tomou então um pote com paricá, pó alucinógeno que, inalado, lhe despertava os poderes de pajé, entrando assim em transe.
Muitas sombras desfilaram a sua frente e entre elas surgiu a silhueta de um homem que subia aos céus em direção à lua. Aos poucos, outras imagens foram tomando formas humanas com cabeça de pássaros, anunciando ao pajé que sua filha estava numa ilha, não muito distante dali. Imediatamente Cauará dirigiu-se ao local revelado, encontrando a moça enfraquecida e faminta. Voltaram à aldeia. Passados alguns dias, a jovem, preocupada contou ao pai um sonho impressionante: no alto da montanha ela dava à luz uma criança muito clara, quase transparente. Não havia leite em seus seios, sendo o seu filhinho alimentado por uma revoada de beija-flores e borboletas.
À sua volta, outros animais que também se encantaram com o bebê, lambiam-no carinhosamente. lgum tempo depois, a filha de Cauará notou que, embora virgem, esperava uma criança. O pajé, estranhando o fato, entrou novamente em transe. As alucinações lhe mostraram ser o homem que ele vira subir à lua, o pai de seu neto. Numa madrugada em que os animais, as aves e os insetos pareciam agitados e felizes, nasceu na serra de Jacamin o neto do pajé, Poronominaré, o dono da terra. Ao ser informado do feliz acontecimento, Cauará seguiu para a montanha para conhecer o herdeiro. Surpreso, encontrou a criança com uma barbatana nas mãos, indicando a cada animal o seu lugar na Natureza. Ao cair da tarde, quando tudo já estava em pleno silêncio, ouviu-se uma cantiga feliz. Era a mãe do dono da terra que subia aos céus, levada por pássaros e borboletas.

Alimentação


a NOVA ‘roda dos alimentos’!

O que é? A Roda dos Alimentos é uma imagem ou representação gráfica que ajuda a escolher e a combinar os alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária. É um símbolo em forma de círculo que se divide em segmentos de diferentes tamanhos que se designam por Grupos e que reúnem alimentos com propriedades nutricionais semelhantes.

A Roda dos Alimentos Portuguesa foi criada já em 1977 para a Campanha de Educação Alimentar “Saber comer é saber viver”. A evolução dos conhecimentos científicos e as diversas alterações na situação alimentar portuguesa conduziram à necessidade da sua reestruturação.

A nova Roda dos Alimentos mantém o seu formato original, pois este é já facilmente identificado e associa-se ao prato vulgarmente utilizado. Por outro lado, e ao contrário da pirâmide, o círculo não hierarquiza os alimentos mas atribui-lhes igual importância. A subdivisão de alguns dos anteriores grupos e o estabelecimento de porções diárias equivalentes constituem as principais alterações implementadas neste novo guia.

Como é constituída? A nova Roda dos Alimentos é composta por 7 grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção de peso com que cada um deles deve estar presente na alimentação diária:

. Cereais e derivados, tubérculos - 28%
. Hortícolas - 23%
. Fruta - 20%
. Lacticínios - 18%
. Carnes, pescado e ovos - 5%
. Leguminosas - 4%
. Gorduras e óleos - 2%

A água, não possuindo um grupo próprio, está também representada em todos eles, pois faz parte da constituição de quase todos os alimentos. Sendo a água imprescindível à vida, é fundamental que se beba em abundância diariamente. As necessidades de água podem variar entre 1,5 e 3 litros por dia.

Cada um dos grupos apresenta funções e características nutricionais específicas, pelo que todos eles devem estar presentes na alimentação diária, não devendo ser substituídos entre si. Dentro de cada grupo estão reunidos alimentos nutricionalmente semelhantes, podendo e devendo ser regularmente substituídos uns pelos outros de modo a assegurar a necessária variedade.

O que nos ensina? De uma forma simples, a nova Roda dos Alimentos transmite as orientações para uma Alimentação Saudável, isto é, uma alimentação:

› completa - comer alimentos de cada grupo e beber água diariamente;
› equilibrada - comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado;
› variada - comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

Ecobici






O governo da Cidade do México lançou no dia 17 de fevereiro o Ecobici, um programa público de compartilhamento de bicicletas. O objetivo é reduzir o números de carros que circulam pela cidade (cerca de 5 milhões) e a poluição, recuperar espaço público e melhorar a qualidade de vida.

A fase inicial do programa conta com 1000 bicicletas em 85 estações e para usar o sistema, os usuários devem fazer um registro pela internet. Após alguns dias do lançamento, 1000 pessoas se registraram, mas espera-se que cerca de 24 mil pessoas usem o sistema.